"(...) A extinção da escravatura foi encaminhada por etapas até o final de 1888. A maior controvérsia quanto às medidas legais não ocorreu em 1888, mas quando o governo imperial propôs a chamada lei do ventre livre, em 1871. A proposta declarava de condição livre os filhos de mulher escrava nascidos após a lei, os quais ficariam em poder dos senhores de suas mães até a idade de oito anos. A partir dessa idade, os senhores podiam optar entre receber do Estado uma indenização ou utilizar os serviços do menor até ele completar 21 anos.
O projeto partiu de um gabinete conservador, presidido pelo visconde do Rio Branco, arrebatando desse modo a bandeira do abolicionismo das mãos dos liberais. O que teria levado o governo a propor uma lei que, embora sem ter nada de revolucionária, criava problemas nas relações com sua base social de apoio?
A explicação mais razoável é que a iniciativa se deveu a uma opção do imperador e seus conselheiros. Embora não estivessem ocorrendo insurreições de escravos, considerava-se nos círculos dirigentes, logo após a Guerra do Paraguai, que o Brasil sofria de uma fraqueza básica em sua frente interna porque não podia contar com a lealdade de uma grande parcela de sua população. O encaminhamento da questão servil, mesmo ferindo interesses econômicos importantes, era visto como um mal menor diante desse problema e do risco potencial de revoltas de escravos.
A classe social dominante, pelo contrário, via no projeto um grave risco de subversão da ordem. Libertar escravos, por um ato de generosidade do senhor, levava aos beneficiados ao reconhecimento e a obediência. Abrir caminho à liberdade por força da lei gerava nos escravos a idéia de direito, conduzindo o país à guerra entre raças.
As posições dos deputados em torno do projeto final aprovado são bastante reveladoras. Enquanto os representantes do Nordeste votaram maciçamente a favor da proposta (39 a favor e 6 contra), os do Centro-Sul inverteram esta tendência (30 votos contra e 12 a favor). Isso refletiu em parte o fato de que o tráfico interprovincial vinha diminuindo a dependência do Nordeste com relação à mão escrava.
Há também outro dado importante, relativo à profissão. Um número significativo de deputados era constituído de funcionários públicos, especialmente magistrados. Esse grupo, que em sua maioria provinha do Nordeste e do Norte, seguia a orientação do governo e votou em peso com ele. Do ponto de vista partidário, não houve uma nítida divisão do voto de liberais e conservadores. Deputados dos dois partidos votaram, conforme o caso, a favor ou contra o projeto. Na prática, a lei de 1871produzir escassos efeitos. Poucos meninos foram entregues ao poder público e os donos de escravos continuaram a usar os seus serviços. (...)EXCERTO DO LIVRO DE BORIS FAUSTO, HISTÓRIA CONCISA DO BRASILO BRASIL MONARQUICO (1822-1889) PÁGS 121, 122.EDITORA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
Achando o livro excelente, aconselho a compra e leitura, (é ótima), para que possamos ver um pouco mais do quanto desconhecemos de nós mesmo. E como é fácil sermos manipulados por este políticos e outros laicos e religiosos doutrinadores desse (des)“caminho” neste lucrativo labirinto que hoje chamam eufemisticamente de democracia, "governo do povo", milenarmente escravizado.
A palavra liberdade é uma figura de retórica. Vê-se bem que o tal "ventre livre" é uma lenda desde então. Para começar mãe nenhuma, lá ou aqui, é livre para escolher seu destino e o de seus filhos. Mantidas na ignorância e até recentemente analfabetas. Vai aonde deixam e mandam dentro de parâmetros, uma cerca invisível, “virtual”, que lhe doutrinaram desde a infância, sempre crenças e paradigmas, dogmas em memórias e programas escravistas ancestrais.
Lembrei que ainda nos dias de hoje há mulheres regradas que não lavam a cabeça. Você sabia que em uma carta ao famoso Michelangelo Buonarroti, o genial escultor e pintor, seu pai aconselha nunca lavar a cabeça?
A pergunta fundamental e proibida é: quem sou eu? Caso ela seja feita, a resposta inverídica já está milenarmente respondida pelo sistema escravagista em suas fiéis doutrinações.
As mulheres e os homens, seres criadores, pouco ou nada sabem de si, mantidos infantilmente indefesos e aterrorizados, aceitam os repetentes rótulos, os carimbos, as tatuagens, “classificações” ancestrais que lhes permitem ser “aceitos”, catalogados e identificados pelos grupos que lhes “assegurem” (efetiva) afetiva sobrevivência.
O sistema, sem exceção dos psicopatas, administra escassez de tudo e todos os sentimentos, até e principalmente o de afeto, uma necessidade humana de natural abundância. É importante manter-nos em estado permanente de infelicidade e (auto) comiseração.
Entra em cena a maravilhosa e sempre eficaz idéia religiosa do pecado e da imperfeição. “Precisamos de quem nos guie", para isto somos mantidos cegos e sem autonomia. Autonomia para o escravista vira sinônimo de insurreição.
Entra em cena a maravilhosa e sempre eficaz idéia religiosa do pecado e da imperfeição. “Precisamos de quem nos guie", para isto somos mantidos cegos e sem autonomia. Autonomia para o escravista vira sinônimo de insurreição.
Entre tantas outras outras manobras solertes, os modismos são a prisão de grades enfeitadas, decoradas, coloridas e sempre muito barulhentas. A dúvida de si, que esconde a criadora pacífica energia infinita, é outra tática cruel. Uma modalidade de tortura.
A questão do aborto está aí escancarada, escandalosa usurpação de uma decisão que do meu ponto de vista é absolutamente feminina, da mulher, da mãe. Não reconheço autoridade em homem algum para opinar sobre este assunto. A não ser como escravista ou ingênuo palpiteiro intromissor num território onde não tem o menor “conhecimento” além do que ouviu dizer pela boca das mulheres.
Acho muito pouco provável que apareça algum desses autoritários palpiteiros que abra mão da propriedade sobre seus testículos e espermatozóides, ou do destino deles, muito menos quando seus, vitais, interesses financeiros masculinos ou machistas estão em jogo. Mente o sujeito que me contradiz. Assim também é verdade que castrar uma mulher com os argumentos escravistas mais solertes pode.
Essa milenar conversa mole escravagista vai longe...
O fato é que a manutenção da ignorância é uma tática na estratégia escravagista e o “ventre livre” é, até aqui, democraticamente uma ficção.
A fecundação e conseqüente gravidez é o momento da sublime transcendência das fêmeas, qualquer uma, de qualquer espécie. Esta é a missão primordial. É o momento de êxtase em que sua razão de existir se revela fazendo ver na luz do campo quantico criador de infinitas possibilidades a que estamos todos conectados para a realização do existir a que chamamos de Deus. É aqui, na criatura, que ele, a fonte infinita, se revela uno e pleno.
A fecundação e conseqüente gravidez é o momento da sublime transcendência das fêmeas, qualquer uma, de qualquer espécie. Esta é a missão primordial. É o momento de êxtase em que sua razão de existir se revela fazendo ver na luz do campo quantico criador de infinitas possibilidades a que estamos todos conectados para a realização do existir a que chamamos de Deus. É aqui, na criatura, que ele, a fonte infinita, se revela uno e pleno.
A interrupção desse processo em qualquer estágio é certeza de dor profunda e indescritível sofrimento para uma mulher, qualquer mulher, todas as mulheres.
A perda da cria é a sua negação, a negação do propósito da existência de qualquer fêmea em qualquer circunstância em qualquer tempo, em qualquer época. Decidir por esta perda é trauma irreparável, é o momento de inumana pressão escravagista sabre às mulheres levado as últimas conseqüências .
Não há homem na face dessa Terra que saiba verdadeiramente o que é o universo feminino.Desconhecem em sua inumana obcessão escravista a imensidade da força de um ovário que faz um macho, completamente idiota, mover montanhas.
Tive dois filhos queridíssimos, e perdi um, já adulto, ainda assim, nada em mim se compara a irreparável dor da mãe.
Sinto muito, sou grato.
2 comentários:
Concordo com tudo. Um ponto apenas:
Só aceito o aborto até ao momento em que o feto não tenha sistema nervoso a funcionar. A partir daí é assassínio. Já imaginou abortar um bebé de oito meses? O meu filho nasceu com oito meses – é a melhor coisa que me aconteceu. (A minha mulher já abortou deliberadamente uma vez).
Abraço
Caro Diogo. Concordo contigo, agradeço e reflito.
A fecundação e conseqüente gravidez é o momento da sublime transcendência das fêmeas, qualquer uma, de qualquer espécie. Esta é a missão primordial. É o momento de êxtase em que sua razão de existir se revela fazendo ver na luz do campo quantico criador de infinitas possibilidades a que estamos todos conectados para a realização do ser a que chamamos de Deus. É aqui, na criatura, que ele, a fonte infinita, se revela uno e pleno.
A interrupção desse processo em qualquer estágio é certeza de dor profunda e indescritível sofrimento para uma mulher, qualquer mulher, todas as mulheres.
A perda da cria é a sua negação, a negação do propósito da existência de qualquer fêmea em qualquer circunstância em qualquer tempo, em qualquer época. Decidir por esta perda é trauma irreparável, é o momento de inumana pressão escravagista sobre às mulheres levado as últimas conseqüências .
Não há homem na face dessa Terra que saiba verdadeiramente o que é o universo feminino.Desconhecem em sua inumana obsessão escravista a imensidade da força de um ovário que faz um macho, completamente idiota, mover montanhas. Tive dois filhos queridíssimos, e perdi um, já adulto, ainda assim, nada em mim se compara a irreparável dor da mãe.
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