Sem dúvida Angela Mendes é uma mulher de coragem, mas saiba que você e todos nós precisamos saber muito mais que isto para sermos pessoas de coragem. Então é muito importante ler o texto abaixo antes de conclusões "fast food" que são o veneno que ingerímos midiocráticamente sem sabe-lo.
Como a NOM tem operado nessa eleição. Conheça o NED.
Tem ficado cada vez mais claro quem é o candidato representativo da Nova Ordem Mundial no Brasil. Enganados estão aqueles que pensam que os dois candidatos representam o mesmo projeto, pois se assim fosse a mídia corporativa(vulgo PIG) não jogaria todas as suas fichas para montar uma simulação como aquela que sugeria um 2º objeto além da bolinha de papel que atingiu um dos candidatos.
Precisamos de homens e mulheres pensantes que possam compreender o Brasil e não ficar apenas a reboque do que pesquisadores como David Icke, Alex Collier, Alex Jones, Jordan Maxwell e outros que compreendem a NOM do ponto de vista da maior potência, EUA, pensam.
Tenho notado que a falta de pessoas que pensam a questão da NOM no Brasil tem jogado muita gente boa na vala comum de entender a política e os políticos como meras marionetes do que chamam elite global, mas não percebem que a guerra que está sendo travada nessas eleições presidenciais significa que existem dois projetos políticos: um que não se rendeu aos ditames do capitalismo financeiro e outro que está fazendo de tudo para alinhar-se novamente com os interesses da NOM ou do capital financeiro internacional.
Aliás esta é uma das estratégias da NOM no Brasil: fazer com que o público não perceba as diferenças entre os projetos políticos e assim se desinteresse da política para poderem melhor manipular, via mídia corportativa (vulgo PIG), o maior número possível de brasileiros. É tempo de acordar.
Hoje, os apoiadores estrangeiros do Instituto Millenium e dos partidos da direita brasileira têm um olho ansioso na eleição e outro faminto na compensação exigida. O principal balconista desse negócio é o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que recentemente, em Foz do Iguaçu (PR), tentou acalmar sua inquieta freguesia.
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Semear ódio; não há nada mais torpe.
Leia tudo AQUI"Semear e estimular o ódio é perigoso. Porque com o atual domínio de tecnologias de comunicação, o ódio pode ser espalhado aos grandes ventos, e os órgãos que controlam a mídia não se privam. Espalhar o ódio pode ser mais fácil do que controlá-lo. O tom da grande mídia se assemelha de forma impressionante aos discursos às vésperas da ditadura. Que aliás foi instalada em nome da proteção da democracia. Fernando Henrique Cardoso, que não teve grandes realizações a apresentar, entregou o governo dizendo que tinha consolidado a democracia. Herança importante. Vale a pena colocá-la em risco?
O governo Lula tem méritos indiscutíveis. Abriu espaço não só para os pobres, mas para todos. À dimensão política da democracia acrescentou a dimensão econômica e social. Tornou evidente para o país que a massa de pobres deste país desigual, é pobre não por falta de iniciativa, mas por falta de oportunidade. E que ao melhorar o seu nível, pelo aumento do salário mínimo, pelo maior acesso à universidade, pelo maior financiamento da agricultura familiar, pelo suporte aos municípios mais pobres, e até por iniciativas tão elementares como o Bolsa Família ou o Luz para Todos, mostrou que esta gente passa a consumir, a estudar, a produzir mais. E com isto gera mercado não só no andar de baixo, mas para todos.
O voto no Nordeste para além do preconceito
"A ampla vantagem da candidata Dilma Rousseff no primeiro turno no Nordeste reacende o preconceito de parte de nossas elites e da grande mídia face às camadas mais pobres da sociedade brasileira e em especial face ao voto dos nordestinos. Como se a população mais pobre não fosse capaz de compreender a vida política e nela atuar em favor de seus interesses e em defesa de seus direitos.
Por Tãnia Bacelar de Araújo
[20 de outubro de 2010 - 16h03]
A ampla vantagem da candidata Dilma Rousseff no primeiro turno no Nordeste reacende o preconceito de parte de nossas elites e da grande mídia face às camadas mais pobres da sociedade brasileira e em especial face ao voto dos nordestinos. Como se a população mais pobre não fosse capaz de compreender a vida política e nela atuar em favor de seus interesses e em defesa de seus direitos. Não "soubesse" votar.
Desta vez, a correlação com os programas de proteção social, em especial o "Bolsa Família" serviu de lastro para essas análises parciais e eivadas de preconceito. E como a maior parte da população pobre do país está no Nordeste, no Norte e nas periferias das grandes cidades (vale lembrar que o Sudeste abriga 25% das famílias atendidas pelo "Bolsa Família"), os "grotões" -como nos tratam tais analistas- teriam avermelhado. Mas os beneficiários destes Programas no Nordeste não são suficientemente numerosos para responder pelos percentuais elevados obtidos por Dilma no primeiro turno: mais de 2/3 dos votos no MA, PI e CE, mais de 50% nos demais estados, e cerca de 60% no total (contra 20% dados a Serra).
A visão simplista e preconceituosa não consegue dar conta do que se passou nesta região nos anos recentes e que explica a tendência do voto para governadores, parlamentares e candidatos a presidente no Nordeste.
A marca importante do governo Lula foi a retomada gradual de políticas nacionais, valendo destacar que elas foram um dos principais focos do desmonte do Estado nos anos 90. Muitas tiveram como norte o combate às desigualdades sociais e regionais do Brasil. E isso é bom para o Nordeste.
Por outro lado, ao invés da opção estratégica pela "inserção competitiva" do Brasil na globalização -que concentra investimentos nas regiões já mais estruturadas e dinâmicas e que marcou os dois governos do PSDB-, os Governos de Lula optaram pela integração nacional ao fundar a estratégia de crescimento na produção e consumo de massa, o que favoreceu enormemente o Nordeste. Na inserção competitiva, o Nordeste era visto apenas por alguns "clusters" (turismo, fruticultura irrigada, agronegócio graneleiro...) enquanto nos anos recentes a maioria dos seus segmentos produtivos se dinamizaram, fazendo a região ser revisitada pelos empreendedores nacionais e internacionais.
Por seu turno, a estratégia de atacar pelo lado da demanda, com políticas sociais, política de reajuste real elevado do salário mínimo e a de ampliação significativa do crédito, teve impacto muito positivo no Nordeste. A região liderou -junto com o Norte- as vendas no comércio varejista do país entre 2003 e 2009. E o dinamismo do consumo atraiu investimentos para a região. Redes de supermercados, grandes magazines, indústrias alimentares e de bebidas, entre outros, expandiram sua presença no Nordeste ao mesmo tempo em que as pequenas e medias empresas locais ampliavam sua produção.
Além disso, mudanças nas políticas da Petrobras influíram muito na dinâmica econômica regional como a decisão de investir em novas refinarias (uma em construção e mais duas previstas) e em patrocinar -via suas compras- a retomada da indústria naval brasileira, o que levou o Nordeste a captar vários estaleiros.
Igualmente importante foi a política de ampliação dos investimentos em infraestrutura -foco principal do PAC- que beneficiou o Nordeste com recursos que somados tem peso no total dos investimentos previstos superior a participação do Nordeste na economia nacional. No seu rastro, a construção civil "bombou" na região.
A política de ampliação das Universidades Federais e de expansão da rede de ensino profissional também atingiu favoravelmente o Nordeste, em especial cidades médias de seu interior. Merece destaque ainda a ampliação dos investimentos em C&T que trouxe para Universidades do Nordeste a liderança de Institutos Nacionais -antes fortemente concentrados no Sudeste- dentre os quais se destaca o Instituto de Fármacos (na UFPE) e o Instituto de Neurociências instalado na região metropolitana de Natal sob a liderança do cientista brasileiro Miguel Nicolelis que organizará uma verdadeira "cidade da ciência" num dos municípios mais pobres do RN (Macaíba).
Igualmente importante foi quebrar o mito de que a agricultura familiar era inviável. O PRONAF mais que sextuplicou seus investimentos entre 2002 e 2010 e outros programas e instrumentos de política foram criados (Seguro-Safra, Programa de Compra de Alimentos, estimulo a compras locais pela Merenda Escolar, entre outros) e o recente Censo Agropecuário mostrou que a agropecuária de base familiar gera 3 em cada 4 empregos rurais do país e responde por quase 40% do valor da produção agrícola nacional. E o Nordeste se beneficiou muito desta política, pois abriga 43% da população economicamente ativa do setor agrícola brasileiro.
Resultado: o Nordeste liderou o crescimento do emprego formal no país com 5,9% de crescimento ao ano entre 2003 e 2009, taxa superior a de 5,4% registrada para o Brasil como um todo, e aos 5,2% do Sudeste, segundo dados da RAIS.
Daí a ampla aprovação do Governo Lula em todos os Estados e nas diversas camadas da sociedade nordestina se refletir na acolhida a Dilma. Não é o voto da submissão -como antes- da desinformação, ou da ignorância. É o voto da autoconfiança recuperada, do reconhecimento do correto direcionamento de políticas estratégicas e da esperança na consolidação de avanços alcançados - alguns ainda insipientes e outros insuficientes. É o voto na aposta de que o Nordeste não é só miséria (e, portanto, "Bolsa Família"), mas uma região plena de potencialidades.
* Professora da UFPE, e integra o Conselho Curador da Fundação Perseu Abramo. Publicado por Adital.
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