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segunda-feira, 7 de setembro de 2009
Chavez e Stone roubam a cena em Veneza
Veja quanto noticiário positivo para Chávez isso está gerando, neste despacho da Agência France Press:
O documentário do diretor norte-americano Oliver Stone sobre a “revolução pacífica” do venezuelano Hugo Chávez foi recebido neste domingo com muitos aplausos no Festival de Veneza.
Apresentado fora de competição para a imprensa, “South of the Border” (Ao sul da fronteira), descreve em 75 minutos, com diversas entrevistas e anúncios feitos pelas redes de comunicação norte-americanas, as mudanças políticas atravessadas pela América Latina nos últimos 10 anos a partir da eleição de Chávez, em 1988.
“Sim, é possível mudar o curso da história, esta é uma revolução pacífica, mas armada”, afirma Chávez, que não descartou assistir à apresentação oficial do documentário, nesta segunda-feira no Lido veneziano, um gesto inusitado na história do mais antigo festival cinematográfico.
Por motivos de segurança, Chávez, que realiza atualmente um giro por vários países de Ásia, África e Europa, não pode confirmar oficialmente sua visita, embora militares venezuelanos da Casa Presidencial tenham sido vistos pelos arredores do Palácio do Cinema.
Para Stone, autor de “Comandante” (2003), sobre o líder cubano Fidel Castro, e de “Salvador” (1986), sobre o conflito na América Central, Chávez “não é o inimigo público número um” que os Estados Unidos temem e acusam.
“Elite servil”
Apesar da aquiescência com que trata o líder venezuelano, o filme é um importante documento histórico que reúne as opiniões de sete presidentes latino-americanos sobre a evolução política da região, entre eles o brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva. “Durante muitos anos tivemos uma elite servil aos Estados Unidos”, reconhece Lula no filme.
Stone, de 62 anos, ganhador de três Oscar pelo roteiro do filme “O expresso da meia-noite” (1978) e pela direção de “Platoon” (1986) e “Nascido em 4 de julho” (1989), combina conversas informais com declarações oficiais para apresentar um retrato do líder venezuelano.
Escrito por Stone ao lado do intelectual de esquerda anglo-paquistanês Tariq Ali, o documentário critica a tradicional visão dos Estados Unidos, que vêem a região como seu “quintal”.
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