Madonna foi a uma festa com o namorado, ou ex, não se sabe, e segundo a mídia, “bebeu caipirinha e deu um selinho num amigo de Jesus”. Dias antes a cantora encontrou-se com o governador de São Paulo José Collor Serra. Trataram de crianças pobres. Madona chegou à capital paulista num iate de luxo. Em viagens anteriores ao Brasil Madona conseguiu alcançar os dez milhões de dólares necessários, segundo ela, para um programa de ajuda a ser implantado na Amazônia.
“O QUE É BOM É PARA SER COPIADO MESMO”
O governador José Serra, meses atrás, numa solenidade em Brasília, ouviu do governador José Roberto Arruda (ex-líder do governo FHC no Senado) que muitas de suas idéias ele Arruda havia copiado em seu governo. A resposta de Serra, de peito estufado, sorridente, foi típica de sua personalidade narcisista – “o que é bom é para ser copiado mesmo”.
Àquela altura do campeonato o governador José Roberto Arruda era um dos cogitados para ser o vice na chapa de Serra. Envolvido num episódio que lhe custou o mandato de senador (renunciou para não ser cassado), Arruda conseguiu dar a volta por cima e acabou deputado e depois governador. São duas as quadrilhas que disputam o poder em Brasília. A do ex-governador Joaquim Roriz (também renunciou ao Senado para não ser cassado) e a de Arruda.
E ambos apóiam a candidatura Serra. Com todo entusiasmo. Roriz imagina que vai correr o páreo mais fácil de toda a sua carreira. O líder da máfia adversária, DEM, está capenga.
“OS RATOS ABANDONAM O NAVIO”
O deputado federal Rodrigo Maia, filho do ex-prefeito César Maia, um dos próceres (epa!) mais destacados do DEM, opôs-se a expulsão de Arruda quando o escândalo estourou. Dizia que era necessário ouvir o governador, deixar que Arruda apresentasse sua defesa e depois então tomar a decisão.
Ato contínuo à prisão de Arruda o DEM divulgou nota oficial exigindo que seus filiados abandonem seus cargos no governo sob pena de sanções disciplinares “de acordo com o estatuto do partido”. Que estatuto? O DEM é um departamento do PSDB. Como o PPS do “conselheiro” (doze mil por mês) Roberto Freire.
É prática comum e corriqueira dessa gente. Outra cópia. As máfias tradicionais quando um dos seus integrantes vira um problema, pulam fora, deixam o cara a descoberto, mas ninguém devolve o dinheiro. “Nada pessoal, são só negócios”.
QUAL É A DE MADONA COM ESSE NEGÓCIO DE “CRIANÇA POBRE?”
Há alguns anos atrás a moça converteu-se ao judaísmo. Passou a percorrer o mundo levando a “verdade” sionista. O projeto é só fachada. Quando veio ao Brasil para uma turnê, veio dentro de um esquema político que, entre outras coisas, implicou e implica em cooptar empresários e recursos para projetos amazônicos onde a “criança pobre” é só o outdoor. Os interesses são diversos.
A decisão do governo brasileiro de estabelecer uma política de entendimento com o governo do Irã foi o fator determinante da turnê da moça que, várias vezes, recusou-se a vir ao Brasil. Madona veio, cantou, arrumou um Jesus, exibiu-o para o mundo, a mídia mostrou que mais uma vez “o mundo se curva diante do Brasil” e de surpresa o presidente de Israel desembarcou em São Paulo.
Avistou-se com o governador José Collor Serra e só então foi a Brasília encontrar-se com Lula. O objetivo de Peres foi reunir-se com o empresariado paulista (FIESP/DASLU), tentar neutralizar a visita do presidente do Irã e acertar com Serra os ponteiros de colaboração futura caso o governador paulista venha a ser eleito presidente. Serra é o candidato preferido de onze entre dez figuras dos governos de Israel e dos EUA.
Vende o resto do Brasil, passa a escritura.
Isso tipo de prática não é incomum. Walt Disney criou o personagem Zé Carioca atendendo a um apelo do Departamento de Estado. A Disney trabalhava e trabalha em estreita colaboração com o governo dos EUA. Vende a ideologia do império.
Silvester Stallone “recuperou” o moral dos norte-americanos depois da surra tomada no Vietnã com o personagem Rambo. Prepara-se para iniciar as filmagens de uma nova aventura em que combate um “ditador malvado” na América do Sul, cujas tropas usam boinas vermelhas. Qualquer coincidência com Chávez não é coincidência não, é de propósito mesmo.
ONDE ENTRA O MINISTRO MARCO AURÉLIO NESSA HISTÓRIA?
Gilmar Mendes não poderia conceder o habeas corpus a Arruda. Ia pegar muito mal. Já soltou duas vezes o criminoso Daniel Dantas, já mudou decisões sobre reservas indígenas, já criticou o governo Lula de forma intempestiva, já protegeu FHC e a quadrilha tucana em vários processos, já empregou jornalistas da GLOBO para assegurar-se do silêncio, logo, a bomba foi parar nas mãos de Marco Aurélio Mello, adversário de Gilmar no caso Cesare Battisti (o acórdão não foi publicado até hoje).
Existe prova material que o governador José Roberto Arruda tentou subornar um jornalista, estava subornando deputados distritais em Brasília, havia conseguido um acordo (feito em Davos) com José Collor Serra para tentar superar a crise. Ficaria calado e Serra iria como de fato foi, determinar à mídia que baixasse o tom.
Não contava, Serra, com a infantilidade de Arruda (ladrão de galinha, galinha de ouro, mas galinha) e nem com a OAB nacional. Acha que todo mundo é igual a jornalista da GLOBO. Um jabá, um empreguinho num instituto e pronto, tudo resolvido.
Não vai ser fácil ao ministro Marco Aurélio Mello manter Arruda preso. A bomba foi parar em suas mãos de propósito. Esse tipo de crime tem dois vieses. Um o lado moral, aquele que manda que Arruda fique preso. Outro o lado técnico, o governador não pode ficar preso indefinidamente enquanto corre um inquérito policial, um processo criminal e um possível pedido de impedimento na Assembléia de Brasília. Não se trata de ser certo ou errado, é a lei e pronto. É evidente que Arruda teria que ficar preso, como presos deveriam estar Maluf, Rodrigo Maia, José Collor Serra, FHC, um bando quase que enumerável. E lógico que essa lei tem que ser mudada.
“ONDE MUDA O TREM ENTÃO?”
A comentarista da GLOBO, Lúcia Hipólito, aquela que de tão bêbada não conseguia articular palavra por palavra quando chamada a emitir uma opinião na rádio CNN, fez de tudo para deixar claro que o presidente Lula estava abatido com a prisão de Arruda. Como se Arruda fosse seu aliado político e não dos tucanos. É o efeito jabá. Embolsa e fala qualquer coisa que o patrão manda e lógico, depois enche a cara. Filme com milhares de remakers.
Quando era governador do extinto estado do Espírito Santo (fazenda de Ermírio de Moraes, SAMARCO, etc) José Ignácio pintou o diabo com o dinheiro público. Cobriu a primeira dama de jóias, comprou mundos e fundos e de repente se viu encalacrado, o abuso foi de tal ordem que não houve como segurar a barra.
José Ignácio era do PSDB, havia sido ministro do governo de Fernando Henrique e foi então chamado num acordo. Sairia do PSDB, não prejudicaria nenhum companheiro “federal” envolvido em seu esquema (verbas públicas, Ministérios diversos) e o presidente, do alto de seu descortínio de quem tem a chave do cofre, ajeitaria para tudo terminasse em pizza.
Foi feito.
O trem muda aí. No governo Lula o governador de Brasília, ladrão, vai para a cadeia, não importa quantos dias fique, mas vai para cadeia. Por coincidência, sempre coincidência não é, Arruda foi um dos líderes de FHC no Senado. Ele e o finado ACM mexeram no painel para saber quem havia votado como e usar os votos para chantagear seus pares.
FHC FALANDO AO MUNDO
O ex-presidente resolveu dar uma entrevista ao jornal MIAMI HERALD, não precisa dizer de onde, paraíso dos mafiosos de todo o mundo. Deitou falação e mordido pelos altos índices de popularidade do atual presidente, p... da vida com Serra que pediu a ele para falar menos, pois cada vez que fala atrapalha, desceu o bambu na candidata Dilma Roussef.
Imputou, entre outras coisas, o que já havia dito aqui, que “Dilma não é líder, é extensão do líder”. E ele? Produto de um conto do vigário em cima do banana do ex-presidente Itamar Franco, num acordo que não honrou, protagonista de um golpe de estado branco, a emenda que permitiu sua reeleição para completar o processo de “modernização” do Brasil. A cartilha que orientou os oito anos de FHC estava toda escrita em inglês, foi produzida em Washington e Wall Street e o dinheiro vinha lavadinho da Fundação Ford.
Líder de que? Saiu pela porta dos fundos para não ser vaiado. É o político mais impopular do País.
Na entrevista ao MIAMI HERALD o ex-presidente disse que Dilma “é autoritária, não tem experiência e está mais à esquerda que Lula”.
Lula tem os mais altos índices de popularidade dos últimos tempos para um presidente, e olhe, em final de mandato, o segundo e nunca foi nada além de deputado federal e líder sindical. Serra sequer olha para seus auxiliares tamanha a arrogância, a prepotência, não sabe nem onde fica São Paulo, só pensa em Brasilia. E essa conversa de mais à esquerda é simples.
Assustar os patrões dele FHC e arranjar um significativo aumento de verba para as eleições, na prática para terminar a pirâmide que chama de Memorial FHC e onde pretende ser enterrado e preservado como versão brasileira dos grandes faraós do Egito.
Todos eles ainda vão acabar ganhando um selinho de Madona. Já Jesus, esse não é Aquele que andou sobre as águas. Já pegou o dele, os quinze minutos de fama, já deu vários passeios pelo mundo, assegurou o seu futuro.
Já as “crianças pobres” da Amazônia, essas estão lascadas. Vão servir de biombo para o projeto de navios tanques levando água brasileira para os EUA. De contrabando de nióbio, de desmatamento, toda a sorte de trapaças e ocupação com a cumplicidade do latifúndio da senadora Kátia Abreu (do DEM é bandida, processada por desvio de verbas públicas), das grandes empreiteiras e da “bondade” do empresário Eike Batista (o que foi proprietário de Luma de Oliveira até um incêndio prejudicar o negócio). Tem mineradoras por lá.
No final William Bonner vai aparecer pomposo e solene na mentira de todo dia para dizer que a culpa é do MST, do Irã e que Chávez é ditador.
Deu mesmo foi Arruda na “festa” de Serra. Água no chope. Precisa dizer quem é o cervejeiro? Está lá na Casa Branca “salvando” o mundo das “armas químicas de Saddam” e “libertando” o Afeganistão. Outra surra homérica aplicada aos mariners.
Se Madona ficar para o carnaval corre o risco de secar qualquer escola onde queira dar seus passos sionistas.
Laerte Braga, jornalista, colabora com esta nossa Agência Assaz Atroz