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O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso não é apenas preconceituoso contra as mulheres, conforme sugerido pela afirmação dele de que a ministra Dilma Rousseff seria "reflexo" de Lula, ou seja, não tem personalidade própria. FHC é de um tempo em que as mulheres aceitavam como "natural" subordinar seus interesses aos interesses dos homens.
Por Luiz Carlos Azenha, no blog Vi o Mundo
Afinal, qual é a lição do episódio em que uma repórter aceitou o exílio para esconder o filho que teve com o senador, quando isso foi "necessário" para proteger a carreira política de FHC? Ele se elegeu presidente da República. Ela e o filho ficaram "escondidos" no exílio, à espera da hora "certa", determinada única e exclusivamente pelo interesse pessoal do ex-presidente.
Mas FHC vai além, ao sugerir que Dilma não é democrata. Em entrevista a um colunista do Miami Herald, é isso o que afirmou, por linhas tortas, quando o gringo quis saber se ele achava a ministra mais próxima do presidente venezuelano Hugo Chávez:
Colunista: A Dilma seria mais próxima do esquerdista radical da Venezuela, presidente Hugo Chávez?
FHC: Provavelmente. De qualquer forma, você precisa considerar que as instituições do país são fortes e que as pessoas no poder não podem fazer tudo o que querem. Ela pode querer, mas a liderança de outros grupos políticos, a existência da imprensa livre, de companhias fortes, universidades, etc. tudo isso trabalha como contrapeso. Mas, tendo dito isso, o coração de Dilma é mais próximo da esquerda.
Ou seja, FHC sugere que Dilma não faria loucura, se eleita, não por ser democrata, mas porque a sociedade brasileira não deixaria.
Repito que, consciente ou inconscientemente, FHC revela todo o seu preconceito contra as mulheres. Numa ocasião, sugerindo que Dilma é uma "zé ninguém", sem vontade própria. Em outra, que representa algum tipo de perigo, que só será contido pela reação da sociedade brasileira.
Notem que FHC não critica esta ou aquela ação da ministra, esta ou aquela ideia, este ou aquele programa que ela implantou. Faz uma crítica pessoal, cujo objetivo é explorar eventuais preconceitos de eleitores contra as mulheres em geral e Dilma em particular, ora dizendo que ela não sabe o que faz, que é manipulável, marionete na mão dos outros, ora que representa algum perigo descontrolado, uma mulher com TPM revolucionária. Seria cômico, não fosse um discurso machista, reacionário e ofensivo.
Texto: / Postado em 18/02/2010 ás 08:41(2) A lei internacional vale em Israel?
fevereiro 18th, 2010 às 17:53
Todos nos acostumamos a ver Simon Wiesenthal e outros caçadores de nazistas descobrirem e pedirem a punição para chefes do antigo regime alemão por prática de homicídio e tortura. E não valia, com toda a razão, dizer que eram atos de guerra, porque eram praticados fora do processo legal e covardemente, contra pessoas que não tinham como sequer resistir fisicamente.Agora, vamos ver como Israel se comporta diante do pedido feito pelo governo dos Emirados Árabes Unidos à Interpol para emitir uma ordem de captura contra o chefe do Mossad* – serviço secreto israelense – , Meir Dagan pela ordem de assassinar, em Dubai, o líder palestino do Hamas, Mahmoud al-Mabhouh.
A Interpol já emitiu ordem de prisão contra as onze pessoas que usaram passaportes forjados para entrar nos Emirados e cometer o crime.
Os Emirados Árabes não são do “eixo do mal”. São pró-americanos. São um paraíso capitalista. Mas estão certíssimos em não querer permitir que seu país vire “ringue” de vale-tudo no confronto áreabe-israelense.
Vão porém, ficar chupando dedo com o cândido pedido que fez o general Dahi Jalfan Tamin, chefe de polícia de Dubai:
-”Benjamin Netanyahu, o primeiro-ministro de Israel, será o primeiro a fazer justiça com a pessoa que tomou a decisão de assassinar al Mabhuh em Dubai” e emitir uma ordem de prisão contra ele, disse.
O general poderia arranjar um banquinho para esperar, porque em pé vai cansar.
* para quem não sabe o que é o Mossad, uma matéria da BBC pode ajudar a saber mais.
DIRETO DO TIJOLAÇO.COM
(3) Paramilitares admitem 30 mil assassinatos
A Promotoria colombiana divulgou nesta terça (16) dados impressionantes sobre a atividade de paramilitares no país. De acordo com relatório publicado pela Unidade de Justiça e Paz da Promotoria, 4.112 ex-combatentes do grupo paramilitar Autodefesas Unidas da Colômbia (AUC) confessaram ter cometido 30.470 assassinatos em um período de 20 anos - entre meados dos anos 80 até 2003, quando teria se iniciado seu processo de desmobilização.
O número de mortes coloca os grupos paramilitares da Colômbia - um país cuja democracia é uma das mais antigas da América Latina - no mesmo nível de ditaduras da região, como a da Argentina (1976-1983), que deixou cerca de 30 mil mortos e desaparecidos.
Entre os dados obtidos pela Promotoria estão os registros de 1.085 massacres; 1.437 menores de idade recrutados; 2.520 desaparecimentos forçados; 2.326 deslocamentos forçados; 1.642 extorsões; e 1.033 sequestros. As autoridades colombianas estão verificando as informações, que foram obtidas por meio de confissões previstas em um plano que dá aos ex-combatentes benefícios judiciais.
A Lei de Justiça de Paz, promovida pelo governo do presidente Álvaro Uribe, fixa uma pena máxima de 8 anos para os paramilitares que se submeterem à Justiça confessando seus crimes. Pelo menos 32 mil paramilitares teriam deixado as armas neste processo.
"O país deve ficar horrorizado com a revelação de um número tão alto de assassinatos sistemáticos", afirmou o analista Álvaro Villarraga, ex-membro da guerrilha Exército Popular de Libertação (EPL) e hoje diretor da Fundação Cultura Democrática. "Mas o triste é que esta estimativa pode estar bem abaixo da realidade." Segundo Villarraga, os números são um exemplo da crise humanitária "generalizada" pela qual a Colômbia ainda passa.
Violações
30.470 assassinatos foram cometidos por membros da Autodefesas Unidas da Colômbia em um período de 20 anos - entre meados dos anos 80 até 2003
1.085 massacres foram cometidos por integrantes do grupo paramilitar
Com O Estado de S.Paulo
Texto: / Postado em 18/02/2010 ás 08:26 http://www.patrialatina.com.br/index.php
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