O amor - por Jung
O amor tem mais do que um ponto em comum com a convicção religiosa: exige uma aceitação incondicional e uma entrega total.
Assim como o fiel que se entrega a seu Deus participa da manifestação da graça divina, também o amor só revela seus mais altos segredos e maravilhas àquele que é capaz de entrega total e de fidelidade ao sentimento.
Pelo fato de isto ser muito difícil, poucos mortais podem orgulhar-se de tê-lo conseguido. Mas, por ser o amor devotado e fiel o mais belo, nunca se deveria procurar o que pode torná-lo fácil. Alguém que se apavora e recua diante da dificuldade do amor é péssimo cavaleiro de sua amada.
O amor é como Deus: ambos só se revelam aos seus mais bravos cavaleiros.
Da mesma forma critico o casamento experimental. O simples fato de assumir um casamento experimental significa que existe de antemão uma reserva: a pessoa quer certificar-se, não quer queimar a mão, não quer arriscar nada. Mas com isto se impede a realização de uma verdadeira experiência.
Não é possível sentir os terrores do gelo polar na simples leitura de um livro, nem se escala o Himalaia assistindo a um filme.
O amor custa caro e nunca deveríamos tentar torná-lo barato.
Nossas más qualidades, nosso egoísmo, nossa covardia, nossa esperteza mundana, nossa ambição, tudo isso quer persuadir-nos a não levar a sério o amor.
Mas o amor só nos recompensará se o levarmos a sério. Considero um desacerto falarmos nos dias de hoje da problemática sexual sem vinculá-la ao amor.
As duas questões nunca deveriam ser separadas, pois se existe algo como problemática sexual esta só pode ser resolvida pelo amor.
Qualquer outra solução seria um substituto prejudicial.
A sexualidade simplesmente experimentada como sexualidade é animalesca.
Mas como expressão do amor é santificada.
Por isso não perguntamos o que alguém faz, mas como o faz. Se o faz por amor e no espírito do amor, então serve a um Deus; e o que quer que faça não cabe a nós julgá-lo pois está enobrecido.”
Extraído de Civilização em Transição - Carl Gustav Jung (1875-1961)
FAROL DO BUSCADOR
VÃO LÁ, VER AS MARAVILHAS QUE EU NÃO TROUXE.
Assim como o fiel que se entrega a seu Deus participa da manifestação da graça divina, também o amor só revela seus mais altos segredos e maravilhas àquele que é capaz de entrega total e de fidelidade ao sentimento.
Pelo fato de isto ser muito difícil, poucos mortais podem orgulhar-se de tê-lo conseguido. Mas, por ser o amor devotado e fiel o mais belo, nunca se deveria procurar o que pode torná-lo fácil. Alguém que se apavora e recua diante da dificuldade do amor é péssimo cavaleiro de sua amada.
O amor é como Deus: ambos só se revelam aos seus mais bravos cavaleiros.
Da mesma forma critico o casamento experimental. O simples fato de assumir um casamento experimental significa que existe de antemão uma reserva: a pessoa quer certificar-se, não quer queimar a mão, não quer arriscar nada. Mas com isto se impede a realização de uma verdadeira experiência.
Não é possível sentir os terrores do gelo polar na simples leitura de um livro, nem se escala o Himalaia assistindo a um filme.
O amor custa caro e nunca deveríamos tentar torná-lo barato.
Nossas más qualidades, nosso egoísmo, nossa covardia, nossa esperteza mundana, nossa ambição, tudo isso quer persuadir-nos a não levar a sério o amor.
Mas o amor só nos recompensará se o levarmos a sério. Considero um desacerto falarmos nos dias de hoje da problemática sexual sem vinculá-la ao amor.
As duas questões nunca deveriam ser separadas, pois se existe algo como problemática sexual esta só pode ser resolvida pelo amor.
Qualquer outra solução seria um substituto prejudicial.
A sexualidade simplesmente experimentada como sexualidade é animalesca.
Mas como expressão do amor é santificada.
Por isso não perguntamos o que alguém faz, mas como o faz. Se o faz por amor e no espírito do amor, então serve a um Deus; e o que quer que faça não cabe a nós julgá-lo pois está enobrecido.”
Extraído de Civilização em Transição - Carl Gustav Jung (1875-1961)
FAROL DO BUSCADOR
VÃO LÁ, VER AS MARAVILHAS QUE EU NÃO TROUXE.
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