Hoje é o dia da favela. Grande dia, não!?
Por Gizele Martins, 04.11.2011
A favela virou moda. É verdade sim, ela virou moda. Na verdade, ela sempre foi um grande espetáculo para os telejornais, jornais, seja lá qual mídia for. Mas é certo também que ela sempre esteve nas páginas mais sangrentas. Só, só nestas páginas, mais nada! Afinal, a favela, segundo esta sociedade capitalista neoliberal, é sinônimo de violência, de violência e violência!!! E para por aí.
O que não é por acaso. É preciso criminalizar quem mora nela. Já que apenas parte desta sociedade pode, neste sistema dominar, ter direitos, ser considerado gente! E para esta parte, nós favelados precisamos sumir, não podemos sequer existir. É por isso que não temos direito à educação, à saúde pública, à segurança, à moradia, dentre diversos outros direitos. O nosso único direito, na verdade, é o de sermos escravos desta minoria.
O maior problema é que eles dominam tudo mesmo. Conseguem até fazer com que a gente negue a si próprio, negue e criminalize a nossa própria identidade. A nossa própria cultura, história, vida. Eles fazem a gente se sentir burro, preguiçoso e até criminoso.
Sim, é verdade! Qual o favelado que nunca ouviu isto? Que nunca ouviu que quem mora na favela é criminoso, é burro e que nunca estudou porque não quis ou não se esforçou o bastante!? Certa vez, sentada no sofá da minha casa, ao lado da minha querida avó de 60 anos, ouvi a seguinte frase: “É, Gizele, eu não estudei porque não quis. Fui preguiçosa e hoje sou empregada doméstica porque eu escolhi!”.
Vocês acreditam nisto? Tem gente que vai ler este texto e vai até concordar com ela. Mas eu na mesma hora a questionei e falei: Mãe, a senhora teve que trabalhar com que idade? durante toda a minha vida só vi a senhora trabalhar. A senhora é preguiçosa mesmo? Ela respondeu: “Ah, Gizele, trabalhei desde criança. Quando eu fiz 20 anos meu marido morreu e criei meus filhos sozinha, mas nunca deixei de trabalhar. Eu chegava na escola e dormia, e aí desisti”.
Enfim… ela achava mesmo que escolheu esta vida. Que era preguiçosa e tudo mais. Mas é este o recado que recebemos todo o tempo. As pessoas, a sociedade nos coloca sempre como um problema, como culpados por apenas existirmos. E a maioria não percebe que não somos este tal problema, mas sim que o que vivemos é a consequência desta estrutura de mundo, de capital, de riqueza concentrada nas mãos sujas de poucos, de diferença social.
E, para fechar este texto em homenagem ao “dia da favela”, este lugar que virou moda e, até mesmo, local de exploração financeira para alguns, digo que favela é resistência. E quem vai valorizar e passar o recado de que a minha avó, por exemplo, e todos os outros mareenses e moradores de favelas são guerreiros é a mídia alternativa, a mídia comunitária. Aquela feita pelo povo e pelos amigos e defensores do povo! A outra mídia está fazendo o papel dela e bem feito, e nós precisamos e devemos fazer o nosso! Comunicação Comunitária é direito e dever humano!!! Somos favelados, resistentes, temos cultura, somos gente! Queremos direitos!
Minha cara Gizele Martins, muito bem me fez sua mensagem A FAVELA VIROU MODA mas, permita-me, sou da geração de sua avó, gostaria de acrescentar algumas observações colhidas ao longo da minha vivência desde quando ignorava ainda minha situação de escravo. Era dos melhores, pertencia ao grupo dos que se acham livres, exercia minha capatazia "democrática" pleno de crédula e "livre" civilidade.
Somos todos favelados, todos, senzalados resistentes, tendo muita ou pouca cultura (cavalos de Tróia do sistema plenos de doutrinações escravistas), conscientes ou inconscientes disso, somos gente! Senzalada! Queremos direitos? Sobre tudo o direito à nossa liberdade com identidade própria, não somos gado.
Que direitos? Hoje é o dia da favela? Grande dia, não!?
"Eu só quero ser feliz, andar tranqüilamente na favela onde eu nasci..." Seria isso?
Não creio...
Bendita Internet!
Quem faz a moda? E quem a sustenta?
Espártaco também queria direito à vida livre e amorosa para todos... E na época de Espártaco eram ainda narradas muitas lendas de um passado em que todos os homens e mulheres eram iguais e em que não havia nem amos nem escravos e em que tudo era de propriedade comum.
Morreu na cruz romana, a mesma que até o presente crucifica aos que ousam contestar os donos das casas grandes. Está aí a OTAN e todas as existentes demais forças nazi-sionistas de repressão mundo a fora, os modernos capitães do mato.
A favela, um cínico eufemismo para senzala não virou moda, nunca saiu da moda, é a contínua manipulação da casa grande milenar com seu escravagismo perenizado por nossa aceitação da idéia de liberdade neste sistema doutrinado pelos meios de comunicação (todos) que repetem desde os igrejeiros bancos escolares a propaganda desta cínica pseudo democracia neste labirinto do nada.
Só no Brazsil são ostensores 511 anos de escravidão. Da senzala para a favela numa penada com direito a enredo de escola de samba e muita cachaça, miséria e morte e muito de tudo que possa engabelar a escravaria; inclusive aos escravos de luxo, de onde saem os feitores de todas as modalidades imagináveis e inimagináveis. A televisão, esta insuspeita arma de extermínio em massa, está aí para me asseverar.
Obama, um escravo de luxo, é o máximo do cinismo vigente. Faz o que a casa grande lhe programou fazer. A história de John Kennedy, o último presidente que escapou ao controle, não há quem a desconheça; com exceção das novas gerações ocupadas com as bugigangas eletrônicas com que lhes escravizam os corações e mentes. Estamos todos chipados, os das senzalas e os das casas grandes, a tal de "elite" não perdoa ninguém, são reptilianos psicopatas e antropófagos, não duvide.
Senzala significa "morada", o local de onde o escravo só saía para trabalhar ou apanhar. Agora, esta imensa Guantanamo planetária...
Se não pararmos de sustentar a "matrix" com nossas crenças e escolhas, induzidas solertemente pelas casas grandes, sem tomarmos profunda consciência de nossa milenar escravização, não sairemos das senzalas em que estamos aprisionados. Quanto mais revoltas e porrada, para eles, os desamorosos reptilianos no alto da pirâmide opressora do mundo, é sempre melhor, é seu campo de ação preferido. É tudo o que eles, os dominadores, precisam para justificar a manutenção do poder.
Nossa essência é divina, perfeita.
Os "programas", esses virulentos escravagistas cavalos de Tróia da casa grande impostos pela "midiocracia", e que ingenuamente alimentamos, e sustentamos é que nos mantém neste atoleiro existencial. Não é possível negociar com o sistema. Ilusão.
Os políticos estão aí para nos dar esta ilusão de que temos escolhas. Os banqueiros estão aí administrando ferozmente a escassez planejada de tudo, com exceção da miséria e repressão é claro.
Nova York, Grécia, Favela da maré e demais infinitas senzalas do planeta com seus pelourinhos não me deixam mentir. Acredite, há sempre, em toda época, um renovado hollyoodiano golpe "democrático" para promover a manutenção do escravista sistema antes de meterem a porrada sem dó nem piedade.
Espero estar colaborando... É preciso compreendermos um novo paradigma ao significado da necessidade que é viver pelo AMOR INCONDICIONAL, a única saída possível, aquela que o sistema não quer nem de longe ouvir falar que estamos propagando... Preferem as UPPs...
Gizele, te amo e quero somar e valorizar e passar o recado da sua heróica avó. Leia minha postagem anterior e muitas outras que complementam estas observações sobre nossa invisibilizada perene escravização. Tudo são crenças e escolhas, escolhamos a liberdade do amor incondicional.
Vos amo e sou grato, que a Paz esteja contigo e todos nós infinitamente.