sexta-feira, 22 de junho de 2012

DISCURSO DE RAÚL CASTRO RUZ NA RIO + 20



DISCURSO PROFERIDO PELO PRESIDENTE DOS CONSELHOS DE ESTADO E DE MINISTROS DA REPÚBLICA DE CUBA RAÚL CASTRO RUZ NA CÚPULA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

Sra. Presidenta do Brasil, Dilma Rousseff:

Sr. Secretário Geral das Nações Unidas, Ban-Ki Moon:

Excelências:

Há 20 anos, a 12 de junho de 1992, neste mesmo local, o líder histórico da Revolução cubana Fidel Castro Ruz expressou e cito: “Uma importante espécie biológica está em risco de desaparecer pelo rápido e progressivo acabamento das suas condições naturais de vida: o homem”. Fim da citação.

O que pôde ter sido considerado como alarmista, hoje é uma realidade irrefutável. A incapacidade de transformar modelos de produção e consumo insustentáveis atenta contra os equilíbrios e a regeneração dos mecanismos naturais que sustentam as formas de vida no planeta.

Os efeitos não podem ser ocultados. As espécies desaparecem a uma velocidade cem vezes mais rápida do que as indicadas nos registros fósseis; mais de cinco milhões de hectares de florestas perdem-se cada ano e cerca de 60 por cento dos ecossistemas estão degradados.

A pesar do que representou a Convenção da Nações Unidas sobre a Mudança Climática, as emissões de dióxido de carbono aumentaram 38 por cento entre 1990 e 2009. Agora vamos para um aumento da temperatura global que vai por em risco, em primeiro lugar, a integridade e a existência física de numerosos Estados insulares em desenvolvimento e produzirá graves conseqüências em Países da África, Ásia e América Latina.


Um profundo e detalhado estudo realizado nos últimos anos por nossas instituições científicas, coincide no fundamental com os relatórios do Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática e confirma que no presente século, de se manter as atuais tendências, produzir-se-á uma paulatina e considerável elevação do nível médio do mar no arquipélago cubano. A referida previsão inclui a intensificação dos eventos meteorológicos extremos, como os ciclones tropicais e o aumento da salinização das águas subterrâneas. Todo isto terá sérias conseqüências especialmente nas nossas costas, pelo que já iniciamos a adoção das medidas correspondentes.

Este fenômeno teria, igualmente, fortes implicações geográficas, demográficas e econômicas para as ilhas do Caribe, que também devem encarar as iniqüidades dum sistema econômico internacional que exclui aos pequenos e mais vulneráveis.

A paralisação das negociações e a falta de um acordo que permita parar a mudança climática global são um nítido reflexo da falta de vontade política e a incapacidade dos países desenvolvidos para atuarem conforme as obrigações derivadas da sua responsabilidade histórica e sua posição atual.

Aumenta a pobreza, cresce a fome e a desnutrição e aumenta a desigualdade, agravada nas últimas décadas como conseqüência do neoliberalismo.

Durante estes vinte anos lançaram-se guerras de novo tipo,concentradas na conquista de fontes energéticas como a acontecida no 2003 com o pretexto das armas de exterminação maciça que nunca existiram, e a que recentemente se produziu no norte da África. Às agressões que agora se vislumbram continuar contra países do Oriente Médio somar-se-ão outras, com o objetivo de controlar o acesso à água e a outros recursos em vias de esgotamento.Deve se denunciar que tentar uma nova partilha do mundo, vai desencadear uma espiral de conflitos de incalculáveis conseqüências para um planeta já gravemente inseguro.

A despesa militar cresceu nestas duas décadas à astronômica cifra de 1,74 milhões de dólares, quase o dobro que em 1992, o que arrasta à corrida aos armamentos a outros estados que se sentem ameaçados. A dois decênios do fim da Guerra Fria, contra quem usarão estas armas?.

Deixemos as justificações e egoísmos e busquemos soluções .Esta vez, todos, absolutamente todos, pagaremos as conseqüências da mudança climática. Os governos dos países industrializados que atuam desta forma não deveriam cometer o grave erro de achar que poderão sobreviver um pouco mais às custas de nós. Seriam imparáveis as vagas de milhões de pessoas famintas e desesperadas do Sul para o Norte bem como a revolta dos povos perante tanta indolência e injustiça.

Nenhum hegemonismo então será possível. Que pare a pilhagem, que pare a guerra, avancemos para o desarmamento e destruamos os arsenais nucleares.

Temos a urgência duma mudança transcendental. A única alternativa é construir sociedades mais justas, estabelecer uma ordem internacional mais eqüitativa, baseada no respeito ao direito a todos; garantir o desenvolvimento sustentável às nações, especialmente do Sul, e colocar os avanços da ciência e a tecnologia ao serviço da salvação do planeta e da dignidade humana.

Cuba aspira a que se imponham a sensatez e a inteligência humana sobre a irracionalidade e a barbárie.

Muito Obrigado

2 comentários:

  1. Aldo eu frequentei muito tempo centro espírita Kardecista e acabei me afastando uma das coisas q me irritou foram 2 integrantes dizerem que tem que haver ricos e pobres pq se dividissem uns gastariam na hora e ficariam sem nada e pegariam a riqueza dos outros e aí tal afirmação . Parte da doutrina?
    Sinto muito. Sou grata ABÇs

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  2. Oi Luiza, fico honrado com sua visita e suas palavras. Estes que dizem estas "lavações de cérebro", no mínimo poderíamos chamar de espíritos atrasados. Mas, como tudo tem sido até aqui crenças e escolhas manipuladas pela casa grande, muito há que esperar dos que para o escravismo perpétuo de nossa espécie infiltram em toda parte agentes de defesa da casa grande com seu escravagismo descarado. O detalhe que não pode escapar é que, a riqueza de uns poucos é a pobreza e niséria de muitos ou de todos.

    Sinto muito, sou grato. Nunca desligue seu detector de mentiras.

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